sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Direto de Mendoza: O. Fournier (maravilha da arquitetura...e que paisagem!)

A última bodega que visitamos em Mendoza foi a O. Fournier, localizada mais ao sul, no Vale do Uco.
Só a viagem até o local, de pouco mais de uma hora, já vale à pena, pois as paisagens são lindas, com muitos vinhedos, oliveiras e até plantações de alho.
A Fournier fica em uma grande planície, muito ampla, e a sede da empresa é fruto de um ambicioso projeto de arquitetura. Tudo muito moderno e bem feito, aproveitando a geografia e a vista do local. Segundo o dono da vinícola, as instalações foram eleitas entre as 10 mais belas vinícolas do mundo pela Forbes.
Realmente pudemos comprovar isso. Basta olhar para o moderno prédio da foto acima, onde ficam os escritórios, laboratórios, loja, depósitos e caves.
Ao lado deste prédio principal fica um prédio menor, que mais se assemelha a um cubo de vidro, permitindo uma iluminação natural incrível (especial para a hora do almoço), com vista para os Andes, que aqui parecem muito próximos.
Veja a vista do local e o prédio do restaurante:

Antes de visitarmos as instalações, tivemos o prazer de almoçarmos no restaurante da bodega, um almoço já todo preparado para harmonização de 4 vinhos diferentes. A mesa já era preparada com 4 taças de cristal para cada pessoa, tudo muito organizado, com ótimo serviço, estilo menu degustação/confiança.
O primeiro vinho que foi servido, para acompanhar a entrada de cebola caramelizada, foi um sauvigon blanc da linha de entrada da vinícola, o Urban. Um vinho bem simples mas gostosinho. Honesto pelo que custa - lá a garrafa valia 11 reais, isso mesmo, 11 reais.
Na sequência provamos o tinto feito com Tempranillo, uva muito usada pela Fournier, dada a origem espanhola dos donos (apesar do nome francês). Este tinto também era da linha Urban, também no valor de 11 reais. Um vinho simples, mas com bom corpo, acidez e madeira bem integrada.

O melhor da degustação estava por vir com os pratos principais (uma carne muito bem feita, macia e um raviole de gema de ovo (inusitado, muito interessante).

Com esses pratos desfrutamos os vinhos de gama superior da bodega, o B Crux e o Alfa Crux. São dois vinhos de corte, com tempranillo, malbec e merlot (Alfa) e tempranillo e malbec (B).
São vinhos muito bons, concentrados, frutados e equilibrados. Na mesa as opiniões se dividiram sobre qual seria o melhor, ou seja, ambos são bons.
Vai aí só uma dica, eles melhoram se decantados, pois após uns 30 minutos na taça evoluiram.
No final do almoço ainda comemos uma sobremesa interessante, um sorvete de torrontez, uva branca famosa na região. e para acompanhar nos serviram uma taça do Urban Torrontez, que não é exatamente doce mas acompanhou bem a sobremesa. Vinho bem refrescante, boa acidez e certa doçura).
Finalizado o almoço, tiramos uma foto com o proprietário da bodega, muito simpático:

Na sequência fomos conhecer o interior da vinícola. Começamos pelo subterrâneo, onde ficam as barricas. Notem aí o detalhe do projeto arquitetônico, o teto do galpão subterrâneo - localizado na altura do solo - tem quatro aberturas envidraçadas que, com a luz do sol formam uma cruz. Tudo em homenagem ao Cruzeiro do Sul, que dá nome ao B e ao Alfa Crux:

Pegamos um elevador gradeado, tipo aqueles de construção, e fomos até o pavilhão superior do prédio, onde há um terraço e alguns corredores suspensos de vidro, que abrigam os escritórios administrativos e os laboratórios de análise/qualidade. O projeto é realmente estupendo, só vendo as fotos:

E o mais bacana é que dos escritórios pode-se ver a paisagem, o restaurante, a chegada das uvas, as entradas dos tonéis e cubas, tudo muito bem prejetado para que os administradores não percam nada de vista....Incrível. Vale muito a visita apesar da distância de Mendoza.

Em tempo, no Brasil os vinhos da O. Fournier são importados pela Vinci, inclusive o 'O.Fournier', blend top de linha da bodega, que não degustamos mas trouxemos umas garrafinhas...

Direto de Mendoza: Arnaldo B. Etchart 1996

Esse eu tomei!
Mais uma boa pedida feita em Mendoza, em um jantar em que, para variar, comemos um cordeirinho.
Arriscamos pedir um vinho mais envelhecido, para ver como se porta um top de linha argentino nessas circunstâncias.
Este vinho é um corte de cabernet sauvignon e malbec, meio a meio se não me engano.
Foi decantado por 30 minutos. No aroma já se percebia o envelhecimento, mas no bom sentido, toques de couro, frutas e madeira. No sabor já se sente a leveza trazida pela idade, mas a fruta ainda é bem presente, ele é saboroso e complexo. Muito bom, ainda com ótima acidez e corpo.
Foi uma ótima escolha. Vinho muito bem feito pela bodega Etchart, atualmente gerida pela gigante francesa Pernod Ricard.

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