quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Direto de Mendoza: Bressia Vinos de Autor (a melhor descoberta da viagem)

Como disse meu velho, uma coisa leva a outra.
Estávamos no nosso humilde jantar, eu comia um singelo prato de cabrito com batatas (vide foto abaixo), quando chegou à mesa o decanter já repleto do então desconhecido Bressia Conjuro 2006. Sugestão do barman, com quem conversamos longamente sobre a carta de vinhos enquanto ainda estávamos aperitivando no bar do restaurante (o excelente '1884', do Francis Mallmann).
Queríamos provar algo diferente, mais peculiar, mais exclusivo, algo que não encontramos em qualquer loja ou importadora.

Enfim, o vinho chegou e o sommelier já anunciou: "este é um corte de cabernet, malbec e merlot, dos meus preferidos". Claro que ele falou tudo isso em espanhol, mas a tradução seria mais ou menos isso.
Provamos o vinho. Na mesa, todos se entreolharam. Qual o veredicto ??
Poderia dizer que é um vinho com aromas complexos, muita fruta, toque de especiarias marcante, com sabor incrível, frutado, potência e madeira integrada com perfeição, muito equilibrado mesmo e extremamente persistente.
Porém, não vou dizer isso não, pois o vinho tinha muito mais, não sou capaz de descrever sua complexidade.
No entanto, posso transcrever aqui o que anotei na hora: "Show, dos melhores, senão o melhor vinho tinto argentino que tomei" .
E é aí que entra o "uma coisa leva a outra" do Zé Olinto. No dia seguinte iríamos a várias vinícolas. Tivemos que repensar o roteiro, a Bressia agora virara prioridade.
E assim foi, chegamos na Bressia logo depois de visitar a Achaval Ferrer, são bodegas bem próximas, coisa de 15, 20 minutos.
A sede, modesta no tamanho, é muito bonita e moderna:

Fomos recebidos pela simpática Marita Bressia, filha do proprietário e diretora administrativa, que nos mostrou o catálogo da bodega e nos contou um pouco da história da vinícola, dando ênfase à extrema seleção das uvas, todas sempre dos mesmos vinhedos (compram sempre de 6 produtores, de vinhedos específicos), que proporcionam vinhos de grande concentração. A seleção é tão grande que a produção fica bem reduzida, o Conjuro - top de linha - é limitado a 2.500 garrafas (a maior produção é do malbec que descrevo a seguir, com 13.000 garrafas por safra)
De cara já pedimos para embrulhar uma garrafa do 'Conjuro' para cada, assim como do 'Profundo', que é o segundo vinho deste produtor (ainda não provamos).
Como cortesia a Marita nos trouxe uma garrafa do seu vinhos mais 'simples', o Monteagrelo Malbec 2008. Ficamos admirados, este vinho - que lá custa 55 reais a garrafa - já é extremamente concentrado, mas tudo com muito equilíbrio e bom gosto, sem excesso de madeira ou doçura. Uma verdadeira delícia.

O vinho estava tão bom que não degustamos, acabamos com a garrafa. Mas antes houve tempo para encontrarmos o dono da bodega, Walter Bressia, que fez questão de pegar uma taça e brindar conosco. Muito simpático, ainda nos permitiu tirar a foto abaixo. Grande descoberta, vinhos realmente com personalidade e muita qualidade. Recomendo muitíssimo. No Brasil quem importa é a La Charbonnade, uma empresa de Canela-RS.

Zé Olinto, Walter Bressia, Rodrigo e Carlos

3 comentários:

  1. esse é meu garotão......viagem maravilhosa e agradavel... adorei...

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  2. Oi, Rodrigo,
    A partir de agora, vamos estar sempre por aqui. O Iberê adora um bom vinho. Eu, depois de tantos anos com ele, aprendi a apreciar não só os sabores como a fantástica magia que envolve o vinho.
    Até breve!
    Eliana e Iberê

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  3. Zé Olinto.
    Quanto tempo meu caro amigo e irmão. De Araraquara para o mundo, e melhor bebendo vinho em Mendoza. Do Rodrigo, já vi, bons momentos da vida. Você, querido amigo, vendo-o na foto, fácil reconhece-lo, mesmo após 40 anos.
    Vindo a São Paulo, vamos jantar.
    Abraços,
    Dikvan.

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