terça-feira, 4 de maio de 2010

A Viúva Clicquot e os sedimentos nas garrafas de Champagne

Dando continuidade às histórias sobre o Champagne e a Champagne, hoje gostaria de relatar um fato imprescindível para que o champagne tivesse a qualidade que tem hoje, por isso faço aqui uma homenagem especial à viúva Clicquot.
Poucos sabem, mas até metade do século XIX o champagne não era essa bebida transparente e límpida que vemos hoje, sendo constante a reclamação dos consumidores a respeito do champagne estar turvo demais ou cheio de sedimentos.
Diz a lenda que, em razão dessas reclamações, a viúva Clicquot (que tinha um metro e meio de altura) carregou sua mesa de cozinha para a adega e começou a fazer experiências.

A Veuve Clicquot - que cara de brava...
É provável que seu então chefe de adega, Antoine de Müller, tenha sido o responsável pela solução, mas a lenda conta que a viúva fez buracos na mesa de madeira, de modo que as garrafas pudessem ser colocadas com o gargalo para baixo, com uma leve inclinação. As garrafas eram então sacudidas e giradas periodicamente, aumentando-se sua inclinação até que estivesse praticamente a 90º, quando então todo o sedimento da bebida já havia sido deslocado para perto da rolha.
Feito isso, a rolha era retirada e o sedimento saia todo antes da bebida, o que mantinha o conteúdo quase intacto e preservava a efervescência do champagne.
O champagne então era virado de cabeça para cima e novamente 'arrolhado' para guarda e venda.
Essa técnica, que melhorou muito a qualidade da bebida - eliminando os sedimentos, chama-se Remuage e está ilustrada abaixo (isso é feito até hoje):

A viúva e seu chefe de adega tentaram manter segredo sobre a técnica, mas logo as demais casas de champagne souberam e passaram a adotar a técnica, o que transformou a fabricação do champagne em um atividade verdadeiramente industrial, com métodos bem definidos e cumpridos pelos produtores.
Diz-se, então, que em 1860 as pessoas na Champagne acreditavam que agora estavam realmente no topo da viticultura, tendo sido relatado em uma revista especializada que: "O CHAMPAGNE NÃO É UM VINHO, É O VINHO".

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