quinta-feira, 13 de maio de 2010

Tomado: Chianti Cecchi 2008

Esse eu tomei!
Hoje pela manhã estava lendo a Folha de São Paulo, como faço todos os dias, quando me deparei com uma reportagem sobre um restaurante que abriu recentemente perto do escritório, do qual até já tinha falado aqui (Post sobre o Salton, restaurante Famiglia Grandi).
O engraçado é que ao lado da reportagem da folha (link para a reportagem) tinha uma foto do restaurante, tirada no exato momento em que eu o Pedroso e o Chede estávamos almoçando lá pela primeira vez - quando tomamos o Salton.
Veja na foto abaixo que dá para me reconhecer (se não conseguir, repare na seta vermelha) - desculpe, mas a definição não é boa porque tirei do jornal, já que na internet não consta a foto:
Voltamos lá para almoçar, desta vez eu o Pedroso (vide foto mais acima) e a Cássia, quando pudemos novamente comer bons pratos italianos e comprovar que o restaurante é pequeno mas muito bom. Virou uma ótima opção para nossos almoços.

O Pedroso e a Cássia comeram lasanha com berinjela, abobrinha, muzzarela e parmesão. Eu comi um picante Rigatoni Al'Arrabiata, muito bom.

Dividimos, comedidamente, essa meia garrafa de Chianti. Já postei vários chiantis aqui e acho esse vinho um bom exemplar para unir custo razoável e vinho leve e agradável para o dia-a-dia.

Esse estava bastante frutado, com aromas de frutas vermelhas e toque vegetal. Corpo médio, macio, redondo, ótima acidez. Uma grande pedida para um almoço sem compromisso.
Valeu ! Voltaremos nesse restaurante (que tem uma boa e grande adega climatizada e uma ótima carta de vinhos) com frequência.

Eu e o Zé (nóis) na Champagne

Antes de fazer meu último post sobre as crayères da Champagne, não resisti às lembranças de um tempo já um pouco distante, mas inesquecível, de quando visitei a região de Champagne.
Estive lá duas vezes, a primeira em 1995 (com meus pais) e a segunda em 1999 (com meus pais e a Taci).
Achei ontem em casa essas fotos e as coloco aqui em especial homenagem ao Zé Olinto, meu pai, também conhecido pela alcunha que ele detesta: Zé Meulindo.
Pai, homenagem a seu aniversário - 12/05. Olha como estávamos bem na foto...Essas são de 1995, eu tinha só 20 aninhos.

Nóis na Moët & Chandon

Zé na cachoeira de champagne - Moët

Na Rua Jean Moët

Zé visitando a viúva

Bons tempos. Espero que tenhamos a oportunidade de voltar lá juntos... desta vez para provar muitos champagnes para o blog !

A Primeira Guerra e a Champagne - O Refúgio nas Caves (les crayères)

Como eu já havia comentado no post anterior sobre a Champagne, durante a primeira guerra mundial a região foi extremamente devastada, os bombardeios alemães se concentraram muito nesta localidade, destruindo não só as cidades, os monumentos, como também parte dos vinhedos e das casas produtoras de champagne.
Por esta razão, em Reims, tudo o que havia antes na superfície foi deslocado para dentro das infindáveis caves das casas de champagne.
Nelas foram 'instaladas' escolas, igrejas, clínicas e cafés. Até a prefeitura se mudou para o subterrâneo, juntamente com a polícia e os bombeiros.
O mesmo ocorreu com o comércio: alfaiates, costureiras, sapateiros, açougueiros, padeiros e outras atividades instalaram lojas nas crayères.
As pessoas viveram por muito tempo neste mundo surreal (houve quem permaneceu até 2 anos), sombrio, movido à luz de velas e lampiões de querosene, onde, apesar de tudo, havia esperança, onde até os passarinhos ainda cantavam mesmo sem ver o sol (relatos descritos no livro "Champanhe").
Havia também concertos, cabarés, cinema e apresentações de teatro. Até artistas de outras regiões vinham se apresentar por considerarem uma honra atuar para os sobreviventes da região que viviam no subterrâneo.
Nao bastasse, a solidariedade com a região foi tanta que as visitas de personalidades, jornalistas, políticos, embaixadores estrangeiros e até do presidente francês se tornaram frequentes.
Dizem que em uma ocasião, nas adegas da Veuve Clicquot, foi oferecido até mesmo um jantar luxuoso, regado a caixas de champagne, especialmente para soldados feridos e mutilados.
Não achei fotos da cave da Veuve Clicquot, mas achei essa aqui que mostra uma mesa de jantar nas caves da Moët Chandon, apenas para ilustrar como se pode por um pouco de luxo na vida subterrânea, ainda que seja só para esquecer um pouco da selvageria da guerra:

Para finalizar, interessante mencionar que as caves/crayères não só serviram de refugio para muitos civis e soldados feridos, como também foram usados para que os soldados franceses se locomovessem por quilômetros até o front de batalha, sem se arriscarem na superfície.

Os túneis e galerias foram interligados e permitiam até mesmo o resgate de feridos de forma eficiente. Os soldados, às vezes, caminhavam 6, 7 km por dentro das caves para chegar ao front.

Algo realmente surreal!

Tomado: Château Mouton Rothschild 1993

Esse eu tomei!
Na casa do meu amigo Edu Nobre no último sábado (08/05/2010). Como percebem, o Edu (o fantasma que aparece na foto) é um cara que tem uma adega que só não é invejada pelos melhores amigos porque ele a compartilha conosco. Quando se trata de Bordeaux então, nem se fala.
Diz a lenda que, outro dia, a empregada dele, pensando em uma noite quente com o maridão, resolveu se apropriar de um garrafa de vinho do "Seu Edu". Como ela não queria sacanear o patrão, escolheu uma garrafa das que ele tinha "mais repetidas"... O marido dela se esbanjou com um Château Haut-Brion 1988. Dizem que foi o melhor ponche que eles já tomaram...
Mas esse da foto não virou ponche, tomamos assim mesmo em situação natural, apenas o decantamos por uns 40 minutos. Acompanhou um excelente macarrão ao molho de tomate e pesto vermelho preparado pelo Edu com a minha assessoria.
Por óbvio esse vinho dispensa comentários. Simplesmente o melhor vinho que eu já tomei. Pode-se dizer que é o paradigma para um grande vinho. Fruta intensa, equilibrado, suave, macio, aveludado, complexo e etc. Logo no primeiro gole já surpreende, uma explosão de sabores.
Embora seja um vinho de 17 anos, ainda está muito vivo. Percebe-se que é um vinho de idade, mas ainda está intenso, uma intensidade que não agride, redonda. Um espetáculo. Acompanhou muito bem o macarrão.
O Château Mouton Rothschild foi o último vinho a receber a classificação de "Premier Grand Cru Classé", em 1953, juntando-se aos também lendários Château Margaux, Château Latour, Château Lafite Rothschild e Château Haut-Brion.
Uma curiosidade é que a cada safra um artista plástico diferente é convidado para estampar o rótulo do Château Mouton Rothschild, neste ano (1993) o escolhido foi o artista Bathus que estampou uma garota nua. O rótulo foi um escândalo e, por mais incrível que possa parecer, foi proibido de ser comercializado nos EE. UU. obrigando o Château a produzir uma série do vinho com o rótulo sem a obra, exclusivamente para atender o hipócrita mercado americano.
Confesso que não consigo entender essa estória, em 1993 a Madona já tinha gravado o clipe de Like a Virgin que circulava diariamente na MTV a mais de 10 anos! Ora... e essa peladinha do Bathus... Nem o Homer Simpson conseguira explicar essa dos nossos irmãos do norte... Veja no detalhe quanto erotismo na imagem:
Realmente não dá pra entender. Mas o que importa é que o vinho é um espetáculo, os franceses deveriam ter privado os Yankees desta maravilha. O melhor de tudo é que o Edu ainda tem mais dois desses na adega dele.
Candidatíssimo ao melhor do mês.
P.S.: Estou postando a esta hora da madrugada pois fui repreendido pela minha mulher, disse que estou relaxando com o blog. In verbis: "Só o Peixe (Rodrigo) bloga! Você só bebe e não bloga nada!" Prometo ser mais aplicado. Amanhã tem mais, tô com uns 5 vinhos no estoque de posts.
P.S.2: dia 7 estaremos no encontro Mistral. Vou de taxi.

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails