quinta-feira, 29 de abril de 2010

O Primeiro Champagne Brut (seco)

Hoje é muito comum o champagne brut, provavelmente a maioria das pessoas, quando pensa em champagne, pensa no espumante seco.
Mas não foi sempre assim. Aliás, por séculos o champagne produzido foi exclusivamente do tipo doce.
Muitos produtores até que pensaram em fazer champagne brut, ou seco, mas esta missão não era muito atraente, pois envolvia um alto custo para o desenvolvimento de uma bebida seca de qualidade, além de representar um risco enorme, pois o mercado existente nos séculos XVIII e XIX não estavam habituados e, pior, estavam acostumados ao champagne doce, como fonte de prazer, alegria e comemoração.
Mas um produtor, ou melhor, uma produtora, teve a coragem de desenvolver a produção de um champagne seco e de alta qualidade.
Foi Louise Pommery que aceitou o desafio de selecionar uvas melhores, maduras (o que era difícil, em razão do clima frio da região - aguardar a maturação completa poderia fazer com que a uva passasse do ponto, na época era comum colher antes para não arriscar), e de arcar com o custo de manter o champagne envelhecendo por três anos (ao invés de um ano, como ocorria com o doce): Outros produtores, como Louis Roederer, se recusavam a produzir champagne sem aditivos (açúcar ou álcool), para não perderem seus preciosos mercados, como a Rússia, que consumia muito os champagnes doces.
A maioria dos produtores e dos próprios empregados da Pommery eram céticos sobre a possibilidade de se fazer um bom champagne seco, as tentativas geravam bebidas ásperas e difíceis de beber.
O pior é que entre 1870 e 1873 as colheitas da região foram prejudicadas pelo tempo ruim, fazendo com que os champagnes secos produzidos pela Pommery não atingissem boa qualidade, dificultando muito sua difusão e venda.
No entanto, em 1874 a Pommery teve uma safra considerada a melhor do século, o que permitiu a elaboração de um champagne seco memorável, que atingiu preços altíssimos e mudou o conceito do consumidor.
O Brut 74 da Pommery foi o primeiro champagne realmente seco a ser vendido comercialmente, o que transformou a vinícola em uma das maiores e principais casas de Champagne.
Interessante transcrever o discurso do gerente financeiro da Pommery, após provar o Brut 74, conforme reproduzido no livro dos Kladstrup, sempre citado aqui:
"Nosso brut é dirigido apenas às pessoas que apreciam bebidas espumantes requintadas, que preferem finesse e bouquet ao excesso de gás e açúcar com que algumas casas costumam encobrir a fragilidade de seus vinhos. Depois que a rolha estoura, nosso champagne satisfaz o paladar e não somente os ouvidos."

O sucesso foi tão grande que Louise Pommery se tornou um verdadeiro mito na região de Champagne.O seu funeral, em 1890, foi o primeiro funeral de Estado organizado pelo governo francês a uma mulher, tendo havido o comparecimento de 20 mil pessoas, inclusive representantes do governo. O presidente da França até mesmo mudou o nome de uma cidade em sua homenagem. A cidade de Chigny, onde ficava sua casa de campo - ela adorava plantar rosas - passou a se chamar Chigny-les-Roses.

Grande mulher, graças a ela temos hoje os fabulosos champagnes secos.
Não é à toa que o champagne brut é hoje o mais popular e nobre dos espumantes !!

Tomado: Vinha Grande 2006, Casa Ferreirinha

Esse eu tomei!
Ontem, jantando na casa do Carlão após o jogo do tricolor.
Excelente vinho, daqueles que demonstram terroir, que não se parecem com nenhum outro.
O produtor dispensa comentários e o vinho, apesar de não ser top de linha, tem um grande custo benefício (custa cerca de 88 reais na Zahil - se chorar tem desconto). Muito bom.
Senti aromas de frutas e vegetais, até um pouco de couro (estou começando a viadar mesmo). O corpo é médio e macio, desce fácil, com final de boca razoavelmente persistente.
Um vinho muito bem feito, peculiar e redondo na boca. Tomamos com um folhado de presunto, queijo e molho de tomate, acompanhou bem. Mas acho que deve cair bem com massas e carnes também.
Vale experimentar para fugir da mesmisse dos vinhos amadeirados e padronizados, especialmente do novo mundo.

PS: Reparem no decanter do Carlos, que luxo....quando crescer quero ter um igual.

Tomado: Viñamar Chardonnay 2006 Reserva Especial

Esse eu tomei!
Ontem, na casa do Carlão, jogando futebol de botão/mesa (fazia tempo...) enquanto aguardávamos o início do jogo do tricolor pela libertadores. Reparem a homenagem ao Barça, que tomou um sacode iá-iá da Inter, merecido...
O vinho: Não se trata de um vinho caro, mas por ser denominado de Reserva Especial (ainda tem o Reserva e o básico) esperava muito mais. Fico com pena dos outros vinhos da linha.
O aroma tem aquela fruta forte típica do chardonnay, mas havia muita presença de madeira também. O sabor encorpado, agradável no começo, mas o final de boca apresentou muita madeira e muito álcool.
Não vale a compra. O Maria Gomes do Luis Pato é mais barato e muito mais agradável.

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