quarta-feira, 5 de maio de 2010

O Champagne e a publicidade moderna. Os primeiros 'Outdoors'

Mais uma curiosidade interessante que tiro do livro "Champagne", de Don e Petie Kladstrup.
Em 1881 a Assembléia Nacional da França promulgou uma lei, aparentemente de pouco interesse, sobre a permissão para "pregar anúncios" nas paredes das cidades.
No entanto, considerando os avanços tecnológicos da indústria tipográfica da época, o impacto desta lei foi muito grande, marcando o advento da propaganda moderna.
O primeiro grande anúncio de parede foi encomendado por France-Champagne, uma pequena produtora de champagne que já não existe mais.
O cartaz mostrava uma bela mulher com um vestido leve e decotado, segurando um cálice de champagne que se derramava formando um rio de espuma:


Este cartaz causou imensa sensação, tal que Toulouse-Lautrec se inspirou para atuar na produção de cartazes. Alguns de seus trabalhos retratam o champagne no recém inaugurado Moulin Rouge !

cartaz feito por Lautrec
Mas não foi só.
Eugège Mercier, dono de uma casa de Champagne, não só se utilizou de cartazes, mas colocou seu nome em leques, saca-rolhas, baldes de gelo, estojos de batom e até mesmo de um balão.
Ele causou frenesi quando chegou a uma exposição em 1889 com 24 bois brancos carregando o maior barril de vinho do mundo, um tonel que levou dezesseis anos para ser construído e com capacidade para o equivalente a 200.000 garrafas de champagne. O barril era tão grande que tiveram que alargar estradas, comprar e demolir casas só para trazê-lo de Epernay para Paris:


Barril hoje exposto na cave Mercier

A partir daí os produtores de champagne, e outros comerciantes, perceberam a importância da propaganda para o reconhecimento de suas marcas...
O resto da história, que inclui essa propaganda massiva de hoje em dia (feita para enganar, tratando os consumidores como retardados - desculpe o desabafo, mas o marketing costuma me ofender), todos conhecemos....

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