Já estava com saudades de escrever sobre a Champagne e o Champagne.
Mais uma vez inspirado no livro "Champanhe", de Don e Petie Kladstrup, gostaria de falar sobre as crayères, conhecidas em bom português como caves calcárias.
O livro menciona as crayères em razão de falar sobre a fuga dos habitantes de Reims para as caves das casas de champagne, em decorrência dos bombardeios alemães durante a 1ª Guerra Mundial. A cidade de Reims, uma das mais - senão a mais - importantes da Champagne, ficou destruída, até a grande catedral ficou em ruínas...uma pena.
Estima-se que na região da Champagne haja cerca de 500 km (isso mesmo, 500 !) de túneis e galerias em vários níveis.
As Crayères parecem não ter fim...
Boa parte desses túneis foram feitos ainda pelos Romanos (mais especificamente por seus escravos), que criaram as crayéres retirando pedras calcárias do subterrâneo para a pavimentação de estradas e para a construção de Durocortorum, o nome romano de Reims.
Na Idade Média, no entanto, os frades descobriram que as cavidades criadas pelos romanos eram perfeitas para estocar os vinhos, pois mantinham uma temperatura fria e constante. Assim as caves, ou crayères, foram alongadas e moldadas até atingirem os atuais 500 km, servindo de local de produção e armazenagem das casas produtoras de Champagne.