Excepcionalmente estou postando em conjunto esses três vinhos que foram tomados na mesma balada. Um almoço espetacular no Restaurante Luar de Janeiro em Évora (Alentejo), no dia 1º de fevereiro na usual e agradável companhia da Giovana, Taciana e Rodrigo.
Chegamos em Évora na expectativa de almoçarmos no famoso restaurante “Fialho”. A frustração com a notícia de que o Fialho estava fechado (era uma segunda-feira) foi acalentada pela recomendação do restaurante Luar de Janeiro (http://www.luardejaneiro.com/), indicado como um restaurante artesanal considerado o melhor do Alentejo pelo recepcionista do Hotel Pousadas de Portugal – Évora (esse hotel é um capitulo que fica para outra ocasião).
Do hotel, caminhamos alguns minutos pelas estreitas vielas de Évora e chegamos ao restaurante, Fomos recebidos pelo dono e a sua esposa: “a cozinheira”. Logo na entrada há uma estante com quase todas as safras do Pêra-Manca, viu-se aí qual seria a recomendação da casa para o vinho.
Assim, começamos com branco 2007, acompanhado das entradinhas que não paravam de chegar – coelho desfiado, bacalhau desfiado com grão-de-bico, pataniscas de bacalhau (lascas de bacalhau empanadas), presunto da serra, lomito, queijo de ovelha amanteigado, empada de galinha, omelete de aspargos, azeitonas, pão, azeite Cartuxa Álamos e etc.
Terminado o branco, pedimos para o dono do restaurante a óbvia indicação do tinto. Não poderia ser outra: “Agora tens que tomar o tinto”. Questionamos qual safra ele nos recomendava, uma vez que a adega do restaurante dispunha de quase todas a safras recentes e algumas garrafas de safras antigas, inclusive uma do século XIX. Sua recomendação veio na linha do que já havíamos apreendido com o grande Luis Pato na Bairrada (aguardem descrição completa deste encontro nas próximas postagens). Apreendemos que os vinhos do Alentejo devem ser tomados jovens! ( um choque para os nossos “conhecimentos” sobre vinhos português). As safras muito antigas são puro fetiche. Vinhos produzidos em regiões quentes, em regra, não têm grande potencial de guarda. Assim, recomendou-nos, e trouxe-nos, e nós tomamos, uma garrafas de Pêra-Manca tinto 2005 (igualzinho aquele que o Carlão pai guarda na adega dele e que tá em vésperas de ser tomado). Quando a garrafa chegou já anunciou que teríamos um cabrito assado com batatas e arroz de hortelã para o almoço (isso mesmo, esquece esse negócio de cardápio... rs...).
O PÊRA-MANCA TINTO 2005: Não preciso dizer que é um vinho encorpado. Vinho robusto com muita fruta e com os taninos equilibrados. Redondíssimo. Como diz o diz o Rodrigão: “elixir”! Com o cabrito então... Diga-se de passagem, o cabrito estava um espetáculo, desmanchando. A Giovana e Taci colaboraram muito mais do que usualmente fazem e a garrafa terminou em poucos minutos (Mais uma que “veio furada”). Sem dúvida nenhuma a principal característica deste vinho é sua efemeridade (no popular: “gosto de pouco”). Realmente é um grande vinho, merecedor da fama que ostenta. Impressiona pela potência, mas esse é o barato do Pêra-Manca, agora eu entendo que guardá-lo demais pode até deixá-lo mais suave, porém, descaracterizado. O melhor que ele tem a oferecer é a potência da fruta. Tá aí, pra conhecer... só tomando... Só de saber que eu fiquei policiando o Carlão pai pra guardar o 2005 que ele tem... Mea maxima culpa, Carlão: Tamo aí pra tomar o seu 2005 e o meu 2001. Zé Meulindo idem para suas garrafas 1995 e 1997... Tamo perdendo tempo!
Como o PÊRA-MANCA não deu nem pro cheiro, ainda tinha muito cabrito na travessa. Solicitamos nova sugestão de safra para o dono do restaurante (que falha não lembrar do nome dele, a esta altura já era nosso amigo íntimo). A sugestão foi para que tomássemos um outro vinho do Alentejo, mais especificamente de Estremoz (40 km de Évora), o QUINTA DO MOURO RÓTULO DOURADO, indicado como um vinho superior, ou na pior das hipótese, do mesmo nível do Pêra-Manca. Aceitamos a recomendação do vinho e da safra, a mesma do Pêra-Manca tinto (2005).
O QUINTA DO MOURO RÓTULO DOURADO 2005: De fato, não perde nada para o Pêra-Manca. Tem características semelhantes, justificando o terroir do Alentejo. Também delicioso, ainda mais frutado que o Pêra-Manca, bem frutado mesmo. Difícil dizer qual gostei mais. Robusto, ainda mais “vivo” que o Pêra-Manca. Grande Vinho, perfeito com o cabrito, especialmente com o arroz de hortelã (com o arroz caiu melhor do que o Pêra-Manca). Mesmo sendo a terceira garrafa do almoço – o que só foi possível graças a ajuda das meninas (Taciana: “Eu te considero pra c...! Você óooh... te considero!”) – foi rapidinho. Nesse Luar de Janeiro só servem garrafas furadas, os vinhos não duram! Fujam desse lugar! Rs...
Gentilmente, o Miguel nos convidou para no dia seguinte ir conhecer a Quinta do Mouro, obviamente, nós aceitamos.
O almoço terminou com uma mesa cheia de docinhos portugueses e com a Taciana me considerando ainda mais.
No dia seguinte, depois da visita à adega Cartuxa, produtora do Pêra-Manca, fomos à Quinta do Mouro. Lá fomos recebidos pelo Luis, filho do Miguel, que nos mostrou as instalações da Quinta e da Adega e nos explicou pormenorizadamente o processo artesanal como os vinhos são produzidos lá. Foi muito legal conhecer uma adega artesanal. Na sequencia fomos conhecer a adega Monte Branco de propriedade do Luis, esta uma adega mais moderna que produz o vinho Alento branco e tinto.
Charlon: te considero pa carai.. (hehehe)
ResponderExcluirApenas mais dois comentários. O primeiro é a respeito da fotografia (incrível, artística) que eu tirei flagrando Rodrigo e Charlon com cara de "te considero pa carai...", de onde vem a segunda observação a respeito do Miguel nos ter convidado para visitar a quinta do Mouro. Ele quis que fôssemos, mas "vamo combiná" que o Charlon (que provavelemente não se lembra disso) praticamente se convidou e o sujeito não teve como dizer não. Aliás, vcs já agradeceram pela visita?
ResponderExcluirAcho que essa foto foi a Gi que tirou, pois não consta do cartão de memória da nossa máquina.
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