Atendendo a pedido do Carlão, esclareço que a taça mostrada no post abaixo (Louis Roederer) é proveniente de uma lenda, um mito. Não se tem registros desta inspiração nos seios da Maria Antonieta, mas acho que algum fundo de verdade essa estória tem.
Acho que foi um mito criado por alguns bebuns franceses que, nas altas horas das loucuras viníferas nas Tabernas, demonstravam seu desejo de possuir a famosa rainha, que devia ser um tipo de sex symbol da época, agitando as mentes perturbadas dos boêmios.
Já o flûte, como diz meu pai, deve ter sido inspirado nos dotes de Napoleão, um amante do champagne...
Brincadeiras a parte, tecnicamente, a taça da Maria Antonieta não é muito boa, pois sua área de contato com o ar é muito grande, fazendo com que as bolhas do champagne se percam muito rapidamente.
Foi por esse motivo que se criou o flûte, já que nele a área de contato é pequena e as bolhas são preservadas por mais tempo, o que ajuda a manter os aromas e o sabor.
No entanto, para champagnes vintage, mais complexos, o recomendável é uma taça intermediária, entre o flûte e uma taça de vinho branco, ou seja, longa mas com o bocal um pouco mais aberto (veja a Taça Sommelier) . Só assim se pode desfrutar de todos os aromas e sabores de um champagne de primeira linha.
Reproduzo abaixo texto do Marcello Copello no site Mar de vinho:
Taça “Maria Antonieta” – Até os anos 1960 taça mais comum para os espumantes era baixa e aberta, vista em muitos filmes hollywoodianos, onde formavam pirâmides de onde jorravam e cascatas de Champagne, enquanto Ginger e Fred dançavam ao som de Porter ou Gershwin. Esta taça, diz a lenda, teria sido moldada nos seios da rainha Maria Antonieta. Glamour à parte, nos espumantes tudo gira em torno da perlage, o conjunto de pequenas bolhas que brotam do fundo da taça e o formato de boca larga desta taça não facilita a formação de espuma, deixando fugir todos os aromas, além de a pequena altura não permitir o correto desprendimento das bolhas.
Flûte – o formato mais aceito hoje é flute, ou “flauta”, estreita e comprida, para que, com sua pequena superfície de evaporação, conserve melhor o gás. Por este mesmo motivo não é recomendado “girar” a flute ao degustar. O ideal é enchê-la em ao menos dois terços, para que se possa apreciar melhor a coreografia das pérolas que sobem. A flûte privilegia o aspecto visual, pois as bolhas podem ser vistas subindo lindamente. Seu formato estreito ajuda a manter as bolhas por mais tempo, pois a área de evaporação é menor. Para espumantes mais simples e jovens, leves e sem compromisso, o flûte é o ideal, por outro lado este formato não é adequado para espumantes mais complexos.
Copo de vinho de mesa: copos grandes de vinhos de mesa, tipo Bordeaux ou Borgonha podem ser muito bons também para espumantes e vêm sendo adotados por muitos restaurantes e produtores de vinho, pois privilegiam os aromas da bebida sem prejudicar sua perlage, bastando para isso que a quantidade servida de cada vez seja pequena. Este tipo de recipiente também ajuda a manter a temperatura do líquido, já que pouco é servido e a maioria da bebida permanece na garrafa, que pode estar em um balde com gelo.
Tulipa e novos modelos: Alguns produtores de copos como os já citados Riedel, Spiegelau e L’Esprit et le Vin já elaboraram copos dedicados aos espumantes mais encorpados e complexos, que merecem ter seus aromas evidenciados. Estes modelos parecem ser um meio termo entre o flûte e o copo do vinho de mesa, assemelhando-se a uma tulipa. São alongados como um flauta, porém alargam-se bastante antes de se fechar nas bordas. Alguns, também são pontudos em sua base, no fundo do copo, o que aumenta a liberação das bolinhas. Existe ainda um modelo, da L’Esprit et le Vin, da linha “Impitoyable”, de aparência exótica e com um algo mais. Além dos atributos descritos acima, possui superfície interna totalmente irregular, na forma de pequenos diamantes, o que, segundo o fabricante, aumenta a liberação das bolinhas. Nos espumantes, a liberação das bolinhas colabora muito para a liberação dos aromas dentro do copo, o que também é ajudado pelo espaço interno maior do recipiente. Este copo hight-tech só tem um defeito, seu alto custo, sai por US$ 99,50 cada unidade na Mistral.
O que fazer, então, com o belíssimo jogo de taças baixas de Champagne, feitas em cristal Baccarat rosa que você herdou? Ou com aqueles lindos cálices de base verde escuro, presente de casamento? A sugestão é: não seja radical e use-as, de preferência quando receber a visita de quem as presenteou. Tenha apenas a consciência de que não estará tirando o máximo proveito de sua bebida predileta.
Acho que foi um mito criado por alguns bebuns franceses que, nas altas horas das loucuras viníferas nas Tabernas, demonstravam seu desejo de possuir a famosa rainha, que devia ser um tipo de sex symbol da época, agitando as mentes perturbadas dos boêmios.
Já o flûte, como diz meu pai, deve ter sido inspirado nos dotes de Napoleão, um amante do champagne...
Brincadeiras a parte, tecnicamente, a taça da Maria Antonieta não é muito boa, pois sua área de contato com o ar é muito grande, fazendo com que as bolhas do champagne se percam muito rapidamente.
Foi por esse motivo que se criou o flûte, já que nele a área de contato é pequena e as bolhas são preservadas por mais tempo, o que ajuda a manter os aromas e o sabor.
No entanto, para champagnes vintage, mais complexos, o recomendável é uma taça intermediária, entre o flûte e uma taça de vinho branco, ou seja, longa mas com o bocal um pouco mais aberto (veja a Taça Sommelier) . Só assim se pode desfrutar de todos os aromas e sabores de um champagne de primeira linha.
Reproduzo abaixo texto do Marcello Copello no site Mar de vinho:
Taça “Maria Antonieta” – Até os anos 1960 taça mais comum para os espumantes era baixa e aberta, vista em muitos filmes hollywoodianos, onde formavam pirâmides de onde jorravam e cascatas de Champagne, enquanto Ginger e Fred dançavam ao som de Porter ou Gershwin. Esta taça, diz a lenda, teria sido moldada nos seios da rainha Maria Antonieta. Glamour à parte, nos espumantes tudo gira em torno da perlage, o conjunto de pequenas bolhas que brotam do fundo da taça e o formato de boca larga desta taça não facilita a formação de espuma, deixando fugir todos os aromas, além de a pequena altura não permitir o correto desprendimento das bolhas.
Flûte – o formato mais aceito hoje é flute, ou “flauta”, estreita e comprida, para que, com sua pequena superfície de evaporação, conserve melhor o gás. Por este mesmo motivo não é recomendado “girar” a flute ao degustar. O ideal é enchê-la em ao menos dois terços, para que se possa apreciar melhor a coreografia das pérolas que sobem. A flûte privilegia o aspecto visual, pois as bolhas podem ser vistas subindo lindamente. Seu formato estreito ajuda a manter as bolhas por mais tempo, pois a área de evaporação é menor. Para espumantes mais simples e jovens, leves e sem compromisso, o flûte é o ideal, por outro lado este formato não é adequado para espumantes mais complexos.
Copo de vinho de mesa: copos grandes de vinhos de mesa, tipo Bordeaux ou Borgonha podem ser muito bons também para espumantes e vêm sendo adotados por muitos restaurantes e produtores de vinho, pois privilegiam os aromas da bebida sem prejudicar sua perlage, bastando para isso que a quantidade servida de cada vez seja pequena. Este tipo de recipiente também ajuda a manter a temperatura do líquido, já que pouco é servido e a maioria da bebida permanece na garrafa, que pode estar em um balde com gelo.
Tulipa e novos modelos: Alguns produtores de copos como os já citados Riedel, Spiegelau e L’Esprit et le Vin já elaboraram copos dedicados aos espumantes mais encorpados e complexos, que merecem ter seus aromas evidenciados. Estes modelos parecem ser um meio termo entre o flûte e o copo do vinho de mesa, assemelhando-se a uma tulipa. São alongados como um flauta, porém alargam-se bastante antes de se fechar nas bordas. Alguns, também são pontudos em sua base, no fundo do copo, o que aumenta a liberação das bolinhas. Existe ainda um modelo, da L’Esprit et le Vin, da linha “Impitoyable”, de aparência exótica e com um algo mais. Além dos atributos descritos acima, possui superfície interna totalmente irregular, na forma de pequenos diamantes, o que, segundo o fabricante, aumenta a liberação das bolinhas. Nos espumantes, a liberação das bolinhas colabora muito para a liberação dos aromas dentro do copo, o que também é ajudado pelo espaço interno maior do recipiente. Este copo hight-tech só tem um defeito, seu alto custo, sai por US$ 99,50 cada unidade na Mistral.
O que fazer, então, com o belíssimo jogo de taças baixas de Champagne, feitas em cristal Baccarat rosa que você herdou? Ou com aqueles lindos cálices de base verde escuro, presente de casamento? A sugestão é: não seja radical e use-as, de preferência quando receber a visita de quem as presenteou. Tenha apenas a consciência de que não estará tirando o máximo proveito de sua bebida predileta.
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