sábado, 31 de julho de 2010

Tomado: Cardinale 2004

Esse eu tomei.
Sexta-feira passada (23/07/2010) com a Gi, o Edu e Laura no excelente restaurante Brie Restô, que a partir de agora passa a integrar nossa seleta lista de locais recomendados para se tomar um bom vinho. Além de ter uma carta bem montada o restaurante permite que seus clientes tragam os seus próprios vinhos mediante uma singela taxa (rolha) de R$ 30,00 por garrafa.
Foi o que aconteceu com esse vinho, levado pelo Edu. Esse ele comprou nos EE. UU. indicado por um enólogo de uma das lojas que visitou.
Destaque para o sommelier do restaurante que tratou com muita propriedade essa "jóia" da Califórnia. Decantou com uma destreza de dar inveja, quase não perdemos nada de vinho e toda a borra ficou na garrafa.
Foi o primeiro tinto que tomamos na noite, ainda enquanto comiamos as entradinhas, queijo brie (eu não comi) croque monsieur. Deixamos ainda um pouco na taça para tomarmos com o prato principal - eu e o Edu pedimos carré de cordeiro, as meninas eu não lembro. Sucedeu um champagne Louis Roederer que deixo de postar para não ser repetitivo, pois sendo o meu champagne (genérico) favorito, já falei sobre ele aqui (veja post).
Esse, o Cardinale, trata-se de uma preciosidade, daqueles achados. Eu preconceituoso com os vinhos da Califórnia tive que dar o braço à torcer. A composição das uvas - obtida pelo Edu em um site, vez que a garrafa não diz nada além do nome do vinho e a safra -  neste ano foi 91% cabernet savignon e 9 merlot.
O Edu, como de praxe, chegou dizendo que o vinho era do caralh..., que em 2006 o Robertinho Manobrista tinha dado 95 pontos pra essa safra, que agora deveria estar ainda melhor... piriri pororó... Eu, já preconceituoso com os nossos irmãos do norte, ainda mais um vinho com corte bordolês sem a cabernet franc (que o meu ver é o que dá swing ao vinho de Bordeaux, sempre muito sérios), já pensei mal do vinho... Pensei que seria um genérico de Bourdeaux pra vender pro mercado americano a preço de ouro. Enganei-me totalmente. O vinho não tem nada de "lugar comum", é uma espoleta, mas uma espoleta segura, que não chega a assustar, só provoca o tomador. Embora redondo ele tem um picante inexplicável, daquelas coisas que confirmam a minha convicção sobre a limitação da linguagem verbal para descrever vinhos, simplesmente não consigo descrever. É ao mesmo tempo clássico e revolucionário - tipo um jaguar esporte, sabe?.
Não sei como com uvas tão comuns conseguiram fazer um vinho tão diferente.
Bem encorpado, um vermelho bonito, madeira e acidez nos devidos lugares.
Grande vinho. Se não fosse os dois Romanée que o Rodrigão tomou esse mês, seria um forte corrente ao vinho do mês.
Como a nossa foto ficou escura, segue imagem retirada do site do produtor que mostra a simples e belíssima garrafa.

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