terça-feira, 6 de julho de 2010

Tomado: Richebourg 1981 (Romaneé-Conti)

Esse eu tomei!
Este Richebourg 1981 (garrafa nº 7.007 de 9.120 produzidas), nascido no Domaine de la Romanée-Conti, fez parceria com o Romanée St-Vivant 1994 que tomamos para acompanhar o Boeuf Bourguignone que o Zé Olinto, também conhecido como meu pai, preparou no almoço de 03/07.

Como ressaltei anteriormente, no post do Romanée 1994, primeiro deixamos as garrafas de pé, fora da adega, por uma hora, para facilitar a decantação.

Essa providência foi essencial no caso desse Richebourg 1981, que já apresentava quantidade razoável de sedimentos, inclusive cristalizados. Muito bonito de ver depois de a garrafa esvaziada...

A rolha desse Richebourg me preocupou, pois estava com aspecto apodrecido. Fiquei com receio de a rolha estar muito fragilizada, e não tínhamos um abridor de lâminas, teria que abrir com um convencional (daqueles maiores, com alavanca de baixar e subir com a rolha).

Porém, deu tudo certo, a rolha do Romanée é bem longa e apenas sua superfície estava comprometida, o restante da rolha estava intacto e saiu docilmente da garrafa, sem qualquer esfarelamento ou quebra.

Notem a diferença da rolha do 1994 para a rolha deste 1981, à direita:

Aberta a garrafa, transferi o líquido para o bonito decanter que o Zé Olinto trouxe da Alsácia, se não me engano. Normalmente usamos para vinhos brancos, mas precisamos dele já que o outro decanter estava ocupado com o Romanée 1994.

Veja que beleza de decanter e notem a coloração mais alaranjada/amarronzada deste vinho com quase 30 anos de garrafa: Um detalhe interessante é que logo após decantar os vinhos peguei uma taça de prova para ver se ambos estavam bons. Ao provar o Romanée 1994 não tive dúvidas: perfeito. No entanto, ao provar esse Richebourg 1981 fiquei com a pulga atrás da orelha, o vinho estava um pouco amargo. Meu pai deu um gole e concordou, mas sabiamente falou: "Deixe ele aí descansando e quando servirmos o almoço começamos pelo 1994".

Não deu outra, após mais de 1:30 hora de decanter, quando terminamos o Romanée 1994 iniciamos este Richebourg, e ele estava totalmente diferente da primeira prova.

Agora era um vinho fino, muito aromático, frutado, delicado e muito macio, sem qualquer amargor. Parece que precisava respirar mesmo, afinal, foram 29 anos de confinamento nesta garrafa!

Um vinho de encher a boca, mas com extrema delicadeza. Incrível, inigualável.

Deu dúvida de qual foi o melhor, mas o que parecia que seria um decepção, acabou sendo eleito o melhor vinho do dia !

Foi certamente um dos melhores vinhos que já provei. E viva Richebourg !!

A propósito, deu até para esquecer aquele Romanée branco 1975 (ano que nasci), que abrimos há uns dois anos e estava um vinagre... Desta vez fomos muito bem recompensados, finalmente perdi a virgindade desse ícone dos vinhos !

Para finalizar, vale conferir uma foto que mostra a coloração "tawny" deste maravilhoso e bem envelhecido vinho:

PS (08/07/2010): Muita gente me perguntou porque que esse vinho e o St. Vivant são Romanée-Conti se nos rótulos constam outros nomes.

A título de esclarecimento, o Domaine de la Romanée-Conti possui diversos vinhedos classificados como Grand Cru (melhor classificação da Borgonha), sendo que apenas um deles se chama Romanée-Conti. Os demais também têm qualidade extraordinária, mas levam os nomes de suas respectivas denominações de origem, como o Richebourg e o Romanée St. Vivant.
Para se ter uma idéia mais clara, os vinhos do Romanée-Conti são os seguintes:

La Romanée-Conti

La Tâche

Le Richebourg

Romanée Saint Vivant

Grand Echézeaux

Echézeaux

Le Montrachet (branco, chardonnay)

2 comentários:

  1. tous les deux vins ont eté superbe, mais l'ensemble: vin plus boef bouguignon on peut dire marveilleux.....!!!!!!.. elsa

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  2. Amigo desse vez você pegou pesado !!!

    é para beber de joelhos.....

    Abs e saúde

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